Vivemos a era do capitalismo artista ou criativo transestético, professam Lipovetski e Serroy (2013). A esta estetização da atividade econômica corresponde uma estetização paralela dos estilos de vida e da organização das cidades. No entanto, essa estetização do mundo descrita por Lipovetski e Serroy produz mesmo tanta diversidade e mistura? Não seria ela a imposição de uma estética particular, com a exclusão de qualquer outra? Ou mesmo imporia uma ordem específica, sobrepondo-se, criando os outros espe¬táculos, dirigindo sim um teatro, mas um teatro onde o evento real é excluído, onde é controlado e banido tudo o que poderia comprometer o constante aumento do consumo? Entendemos a guerrilha do sensível como uma luta que invoca outras expressões, sensibilidades, elementos culturais e modos de estar e dar-se a ver ao mundo como formas de combate a uma estética majoritária. Para esta pesquisa nos colocamos em uma perspectiva estética, ou seja, observamos os efeitos de uma política de gestão urbana e uma ação de resistência a ela sob a angulação estética, por meio de um método sensível.
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Jean-Luc Moriceau, Carlos Magno Camargos Mendonça, Isabela dos Santos Paes. Guerrilhas do Sensível : estetização e contra-estetização do mundo. Escritos sobre comunicação e experiência estética : sedimentos, regimes, modalidades, Fafich/Selo PPGCOM/UFMG, pp.175 – 190, 2019, Olhares Transversais, 978-85-54944-28-5.
- Date de publication
- 21 octobre 2019
- Catégories
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- Auteur
- par Jean-Luc Moriceau